sábado, 24 de setembro de 2011
Memórias de uma assistente de bordo #2
Pois que passamos de drama e pânico para... vergonha.
Não seus sádicos, não fui eu quem passou a vergonha e é bem possível que já tenham ouvido esta história da minha boca porque é uma das minhas favoritas.
Pois que estava eu muito bem (e muito possivelmente a morrer de sono), no meio do avião ao pé das saídas de emergência das asas, quando me aparece um grupo de tugas todo animado e a queixar-se de tudo e mais alguma coisa pelos cotovelos. É de citar que o voo era de Madrid para... algures, já não me lembro. Mas não ia para Portugal.
As ditas personagens a falarem, até que ficou só uma abécula a queixa-se como se não houvesse amanhã porque a despachar a mala isto e na porta de embarque não sei o quê, até que um deles lhe dá uma cotovelada e diz baixinho "Eh pá, vê lá que ela ainda percebe.", a apontar discretamente para mim.
E eu como se nada fosse, a rir para dentro a a fazer um esforço tremendo para não me rir na cara das criaturas.
Ao que o ser mais iluminado do grupo responde, curiosamente também em tom mais baixo "Ela deve de ser espanhola e já sabes que os espanhóis não percebem patavina de português."
E eu a conter-me ainda mais.
Nisto, quando ele decide pôr qualquer coisa no compartimento para as malas, e sem me puder conter mais, viro-me e pergunto em bom português e com um enorme sorriso "Precisa de ajuda?".
Ele ficou amarelo, verde, azul,... de todas as cores e com aquele ar de querer um buraco para se enfiar (tal como os outros).
Passado um bocado o personagem veio pedir desculpa, que não tinha querido ofender, etc.
Acho que nunca fiz ninguém passar uma vergonha tão grande na minha vida. Mas convenhamos, ele estava a pedi-las.
E eu sei que não devia, mas soube tão bem. Hihihi.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)

Sem comentários:
Enviar um comentário