terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Aventura de dia 24 de Dezembro!

Dia a começar as 5h30 da matina e com...italianos!!

Ora bem, eu já defendo a teoria de que as pessoas em geral quando voam se transformam, alteram-se, há qualquer coisa que faz com que não sejam bem elas mesmas e o tico e o teco não funcionem da maneira normal, quer seja por medo de voar, ansiedade, adrenalina, ou outra coisa qualquer. E com isso posso eu bem que já estou habituada e dá-se a volta ao problema quando ele existe. Mas os italianos, ui, meus amigos! Esses são uma espécie à parte!

Como descrever estas criaturas que muito abalam o meu sistema nervoso?
Para começar acham sempre que têm todo o tempo do mundo ou que nós temos uma qualquer maquineta que faz parar o tempo do lado de fora do avião, porque não só demoram o dobro do tempo de uma pessoa normal a porem a mala no sitio e a sentarem-se, como a seguir perguntam muito espantados porque é que o vôo vai sair atrasado. Isto quando, depois de todos bem acomodadinhos, não decidem que afinal não é na fila 5 que querem ficar, mas na fila 10, só porque sim! Porque é giro! Porque os assentos devem ser completamente diferentes, ou a vista (ou o raio que os parta). E toca de levantar e levar as malas todas atrás e atrasar (ainda mais) o embarque.
E quando decidem que a altura de ir à casa de banho é mesmo antes de descolar? Nós quase em histeria a mandá-los sentar e eles a gesticularem com as mãos que estão muito aflitos e se não pode mesmo ser.
Haja muita, mas muita paciência para não desatar aos berros e ao estalo e manter a compostura e o sorriso educado na cara. Acho que já dá para ter uma ideia das horrendas criaturas que fazem o mais paciente dos seres humanos ficar com os cabelinhos em pé.

Mas continuando a aventura do dia 24 de Dezembro. Como se já não bastasse toda a panóplia de acontecimentos já habituais num vôo italiano e um bonito atraso de 2h, durante todo o vôo (mas TODO, todinho), lá houve uma campainha na fila 17 que resolveu ter vida e personalidade próprias.
E qual é o drama perguntam vocês? Ora, além do barulho irritante do "ding!" de 3 em 3 segundos, acontece que para nós (entenda-se tripulação), além de poder ser um passageiro a chamar, é um sinal de chamada de uns para os outros. Que é como quem diz que, cada vez que se ouve um "ding!", nós voltamos a cabeça para ver o que é que se passa e se é alguma coisa connosco. Agora imaginem isto de 5 em 5 ou de 3 em 3 segundos (já disse que foi durante o vôo TODO?).
Escusado será dizer que assim que o avião ficou vazio desatei aos murros à malfadada campainha a ver se ela se calava. E calou-se! Durante 15 segundos em que me senti vitoriosa, para a seguir começar outra vez como quem diz em tom de gozo: "Pensavas que me calavas? Ahahah! Nem sonhes!"


Depois do pesadelo italiano, lá tivemos de ir a Riga antes de acabar o dia e voltar para Nyköping outra vez. Peguei na pouca boa disposição que restava em mim, respirei fundo e pensei que 50 minutos para cada lado passam num instante e que não tarda estava em casa a comer coisas boas e a beber qualquer coisa quente enrolada numa manta e a olhar para a neve fora da janela.


E estava tão enganadinha...
Para ajudar à festa havia uma bela de uma tempestade de neve em Riga que, além de nos atrasar ainda mais, fez com que o aeroporto fechasse por umas horinhas. E nós a ver a nossa vidinha a andar para trás, com passageiros já no avião e a ver que ficávamos lá encalhados a cantar “jingle bells” em letão.
Umas horas depois lá descolámos e fizemos o nosso trabalho, desta feita com a malfadada campainha já calada (deve ter-se cansado) para virmos depois a saber, já em terra e de volta à Suécia, que não ficámos encalhados na Letónia por 3 minutos. Eram mais 3 míseros minutinhos e não saíamos de lá.

Escusado será dizer que quando me vi sentada no sofá e enrolada na manta, pensava que era mentira.

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